

E eu revejo-me no que se lê no Sound+Vision:
Em boa verdade, este é um filme liminarmente insultuoso para o ballet, reduzindo-o a uma performance que depende apenas da actividade sexual da protagonista: desesperado com a inexpressividade de Nina (Natalie Portman), o encenador (Vincent Cassel) aconselha-a mesmo a ir para a casa e... recorrer ao onanismo como gloriosa porta de entrada (?) nas maravilhas da dança. Tudo isso servido por um estilo que, desde os corredores escuros até aos espelhos quebrados, aplica os mais banais clichés do cinema de terror. Referindo-se a tão “disparatado terror”, o crítico Kirk Honeycutt (The Hollywood Reporter) escreveu mesmo que Cisne Negro se perde no “buraco do ridículo”. Não foi o único. James Wolcott (Vanity Fair) refere o horror, não do filme, mas face ao filme, partilhado com uma amiga, bailarina profissional, que o acompanhou; Apollinaire Scherr (The Financial Times) considera que “um pouco de respeito” teria permitido a Aronofsky fazer “um filme menos odioso”.
Matt Damon e Brice Dallas Howard sem nada onde se agarrarem.