"A ministra do ambiente decidiu reduzir o uso de ar condicionado nos espaços interiores do ministério, o que deu azo a alguma chacota vinda da parte de gente iletrada nas questões energéticas. Ora, a medida é notável. Bem haja, senhora ministra. O ac é uma tecnologia em grande evolução que caminha para uma lógica de adaptação do clima interno ao utilizador em desfavor da imposição da máquina. Portugal tem no ac um gadget demonstrativo do novo-riquismo de gente inculta como na recente experiência-tipo do ac nas escolas do parque escolar. O que a ministra fez, se devidamente interpretado - mas quem é que se interessa pelo sério do tema para o trazer aos tempos do prime-time? -, é uma oportunidade pedagógica de potencial efeito "tsunâmico" no que respeita ao combate ao exibicionismo dos novos ricos com os dinheiros públicos, à incompetência e falta de deontologia da arquitectura e da construção, e ao oportunismo dos comerciantes de ac e vendedores de condutas de chapa quinada." - Eduardo Oliveira Fernandes, Professor da FEUP, Revista Água&Ambiente, Setembro 2011, pp 37.
"Há vários anos atrás uma notícia correu mundo: o governo japonês abolia a utilização da gravata, de modo a poder reduzir as emissões de CO2 resultantes da utilização de ar condicionado. Foi medida que correu mundo, não como um fait-divers ou algo ridículo, mas como uma boa prática. A medida do goveno japonês é tida como um bom exemplo de como não se devem desperdiçar quaiquer oportunidades para reduzir emissões. Ainda para mais medidas com custo zero. Estranho, portanto, que a adopção desta boa prática em Portugal no MAMAOT tenha sido alvo de, dir-se-ia, chacota e incompreensão. É verdade que a medida foi apresentada isoladamente, não permitindo que o seu enquadramenton fosse devidamente percebido. A eventual falta de oportunidade política em nada diminui o potencial do efeito da medida, certamente mais simbólica que outra coisa, mas ainda assim, uma medida acertada. Importa, de modo a reforçar a credibilidade da medida, garantir que se monitoriza a sua implantação, demostrando uma redução dos consumos associados à climatização." - Gonçalo Cavalheiro, partner da CAOS Borboletas e Sustentabilidade, Revista Água&ambiente, Setembro 2011, pp 36.