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Parques Naturais
National Geographic Outubro 2006
Especial Parques Naturais – Santuários Sobre Cerco
Pág. 23: “(...) nenhuma das outras formas de protecção tem a força de um parque nacional. Nenhuma encarna a ideia de uma relação especial entre o corpo dos cidadãos de um país (usufrutuários no presente, garantias do futuro) e uma valiosa e estimada parcela do mundo natural. Só os parques nacioais têm essa força. Os parques nacionais são representattivos dos dons especiais de um país... e dos seus ideais.
O Parque Nacional do Serengueti diz ao mundo que os cidadãos da Tanzânia, aceitando o fardo de algum incómodo, se consideram previligiados por abrangerem, dentro das suas fronteiras, uma vasta pradaria cheia de leões. O Parque Nacional de Galápagos atesta que os cidadãos do Equador reconhecem as extraordinárias riquezas biológicas do arquipélago, mas também o papel crucial que as ilhas representaram na história da ciência, através de Charles Darwin. O Parque Nacional de Ujung Kulon, na extremidade ocidental de Java, simboliza o esforço empenhado da Indonésia para assegurar a sobrevivência dos terrivelmente ameaçados rinocerontes-de-java. O Parque Nacional dos Fiordes recorda-nos que a Nova Zelândia é a Noruega do Sul.
(...) o Parque (Nacional de Gir, na Índia) e a sua zona tampão não existiriam hoje sem a atitude visionária assumida há mais de cem anos por um potentado local. O nababo de Junagadh, para o qual o leão era precioso, principalmente como espécie venatória. (...) Os leões de Gir tinham sido caçados em excesso, restando um número perigosamente reduzido da sua população. Por esse motivo, no início do século XX, decretou uma proibição temporária da caça ao leão, estabelecendo a protecção florestal de Gir como reserva de vida selvagem de facto. (...)
(...) O Parque Nacional de Yellowstone abrange 8.992 km2 de floresta, pradaria e águas – um território rectangular com lados que medem 87 por 101 kms. É relativamente grande para um parque, mas não suficientemente grande para assegurar a longo prazo a preservação da população de ursos-pardos. (...)”
Os Parques em Debate
Pág 34: “O vale (do Parque Nacional) de Yosemite (EUA) é atravessado por uma frota de autocarros híbridos, alimentados a gasóleo e electricidade. Cerca de 75% dos 3,4 milhões de visitantes anuais do parque utilizam o serviço gratuito (...). O trânsito atormenta parques, mas há excepções, como no Parque Nacional de Zion. Há seis anos, o Serviço de Parques proibiu praticamente todos os veículos de percorrer a estrada que liga as atracções masi populares de Zion na época alta. Entre Abril e Outubro, autocarros silenciosos alimentados a propano transportam os visitantes, eliminando quatro mil viagens de carro diárias. Custo de funcionamento dos autocarros? Menos de um euro por ano e por visitante. Benefícios? Menos tensão e ruído, mais qualidade do ar e sossego. E voltou a ser possível ouvir o rio Virgin serpenteando pelo desfiladeiro.”
Pulmões Urbanos
Pág. 56: “A Cidade das Luzes é também uma cidade verde, com uma panóplia de parques e jardins onde os parisienses descansam e rejuvenescem.”
Pág. 68: “(...) para os parisienses, qualquer local da cidade serve para fazer de parque ou de jardim: varandas minúsculas, fábricas de automóveis abandonadas, garagens de estacionamento falidas, instalações ferroviárias abandonadas e, até, a gigantesca fachada curva de um novo museu. Sacrificam a largura das avenidas em benefício da existência de trilhos para bicicletas, protegidos por árvores de copa frondosa. Defendem a criação de jardins comunitários, em vez de apartamentos ou centros de congressos. Renunciam a uma movimentada auto-estrada urbana ao longo do Sena para desfrutar uma praia fluvial temporária. Em cada terreno baldio, vislumbram a hipótese de uma catedral verdejante.
(...) Nos últimos cinco a dez anos, o plantio de árvores e a criação de novos parques em cidades registou um crescimento explosivo. Segundo artigos científicos recentes, os espaços preenchidos por vegetação frondosa filtram a poluição e capturam partículas minúsculas de sujidade e fuligem: as árvores das ruas podem reduzir as partículas em suspensão libertadas pelos tubos de escape. As folhas das árvores também bloqueiam a luz solar, criando ilhas de arrefecimento na cidade.”
Segundo estudos em bairros sociais de Chicago, “as pessoas residentes em edifícios próximos das áreas verdes tinham um espírito comunitário mais apurado e lidavam melhor com as tensões do quotidiano. Eram menos agressivas, menos violentas, atingiam melhores níveis de desempenho em testes de concentração e conseguiam gerir os seus problems de forma mais eficaz. E também se sentiam mais seguras... e com razão! Um estudo sobre crimes violentos (...) demonstrou que, no interior de edifícios com vegetação próxima, desde que esta não prejudicasse a visibilidade, e nas suas redondezas, só se registavam metade dos crimes, comparativamente com áreas sem vegetação. Segundo Frances Kuo, quanto mais verde o espaço circundante, mais baixa a taxa de crimes contra pessoas e bens. A equipa também identificou menos lixo e graffiti em paisagens naturais.
(...) Os cientistas descobriram que as crianças com défice de atenção registavam uma diminuição dos sintomas quando expostas a ambientes naturais. Os pais relataram que as capacidades de concentração, de realização de tarefas e de cumprimento de indicações das crianças melhoraram dramaticamente depois de brincarem em espaços verdes. (...) Viver numa cidade, sob a pressão do ruído e do trânsito, dos conflitos e das exigências, torna-nos “irritáveis e impulsivos”, diz Frances Kuo. Em contacto com a natureza, refrescamos a mente e repousamos a atenção reflexiva, rendendo-nos à atenção espontânea e reparando frequentemente, de forma involuntária, nos estímulos provocados nos nossos sentidos pelo ambiente que nos rodeia. (...) Dois importantes estudos sobre centros urbanos populosos da Holanda e do Japão demonstraram que os seres humanos que vivem em zonas com fácil acesso a espaços verdes onde podem caminhar gozam de melhor saúde e a sua taxa de mortalidade é inferior à das pessoas sem esse acesso. Investigações na área da saúde humana sugerem que até um contacto relativamente passivo com a natureza permite baixar a tensão arterial e os níveis de ansiedade.
Os responsáveis políticos pelo planeamento já terão compreendido esta mensagem. Em 2003, a Conferência de Presidentes dos Municípios dos EUA aprovou uma resolução para promover a preservação e o cultivo de novas árvores e florestas nos ambientes citadinos. Dois anos mais tarde, 50 líderes municipais do planeta assinaram a Declaração das Cidades Verdes no Dia Mundial do Ambiente das Nações Unidas, organizado em São Francisco. (...) Presidentes de municípios de todo o mundo decidiram traçar um novo rumo para o ambiente urbano, iniciando esforços para reduzir os resíduos e a poluição, melhorar o congestionamento e – até 2015 – assegurar a existência de um parque público ou espaço aberto recreativo a menos de 500 metros de cada residente citadino.
(...) Investigadores como Frances Kuo têm provado que os parques urbanos representam um investimento público mínimo, mas com enorme retorno. “Os parques ajudam os seres humanos a tomar conta de si próprios. Talvez as cidades não tenham de gastar tanto em serviços sociais, médicos e de segurança para resolver os seus problemas”, diz."
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