Thursday, February 08, 2007

Lucky Number Slevin


O realizador Paul McGuigan, o mesmo de Wicker Park (um dos meus predilectos e também com Josh Hartnett) muda radicalmente de estilo e apresenta-nos a sua visão do submundo gangster, com um filme inesperadamente violento (os trailers davam mais a ideia de comédia com pozinhos de thriller que outra coisa).


Josh Hartnett é Slevin, acabado de chegar a Nova Iorque e confundido com o seu amigo Nick Fisher, sendo por isso apresentado aos barões da máfia e arqui-inimigos The Boss (Morgan Freeman, igual a si próprio, ou seja, igual a dezenas de outras personagens) e The Rabi (Sir Ben Kingsley, irreprensível na obsessão e fanatismo necessários à compreensão da personagem).
Lucy Liu é Lindsay, a vizinha do misteriosamente desaparecido Nick, que mergulha no mistério e dá de caras com Bruce Willis. Slevin é então encarregue de pagar uma dívida de Nick e para isso são-lhe dadas 48h para "despachar" o filho do Rabi.

Não aprecio particularmente o tipo de filme que parte da premissa em que nada é o que parece, mas se não for levado muito a sério, até é engraçado, apesar de não ser extraordinário. Acaba por apresentar uma reviravolta interessante, com o defeito de ser pouco (quase nada) verosímel, daqueles casos em que o golpe é tão bem planeado que tudo corre como previsto. A única coisa que acontece fora dos planos é, pois claro, o chamado "amor". É sempre bonito, sim, é verdade, mas o romance sai falseado pela reviravolta do filme, uma vez que (atenção ao spoiler!!) se te apaixonas por um inocente e distraído desconhecido, é pouco provável que no dia seguite, ao descobrires a sua verdadeira identidade (de assassino, diga-se de passagem), sigas o seu rumo. Mas pronto, é filme e damos o desconto.
Os diálogos da primeira metade do filme, supostamente um trunfo, pareceram-me pouco originais, não resultando o objectivo de serem cómicos, e quando assim é, tornam-se algo pobres.

Este filme fica na categoria do "Não Aquece Nem Arrefece"; vale o euro que paguei pelo aluguer, mais que isso nem por isso.

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