O aparelho refrigerador
(...) Quando chega a um determinado limite de crescimento, a massa do corpo de um animal, que aumenta na razão dos cubos, não se pode refrigerar através da pele, uma vez que esta apenas cresceu na razão dos quadrados. (...) O problema da refrigeração ficou resolvido pelo enorme desenvolvimento dos pavilhões auriculares, que, na verdade, estão mais ao serviço da termorregulação que da audição. Nos enormes pavilhões auriculares, o sangue quente precedente do resto do organismo circula através de uma finíssima rede de capilares, o que permite a irradiação das suas calorias suplementares. Por este motivo, o elefante-africano abana-se frequentemente com as suas enormes orelhas durante as horas quentes do dia, enquanto as conserva coladas ao corpo e semiencolhidas nas manhãs frescas ou durante a noite. Os espectaculares apêndices auriculares do elefante, com o seu 1,80 m de altura e 1,50 m de largura, são duas gigantescas pantalhas de irradiação que permitem ao animal viver nos climas mais quentes e insuportáveis da Terra.
O aparelho «dissuasor»
(...) As defesas do elefante, muito úteis e terríveis como armas de combate, proporcionam aos seus possuidores a confiança suficiente em si próprios para fazer frente aos seus inimigos, atacá-los, saracotear-se e pôr em movimento todo um «aparelho» que nos atrevemos a designar por dissuasor. Está perfeitamente comprovado que, em 90% dos casos, os elefantes suspendem as suas investidas a alguns metros da vítima, que fica aterrorizada. Depois de a intimidar, o gigante volta-se e, após ter meneado repetidas vezes a cabeça, reúne-se à manada. (...) As defesas dos elefantes - que são os dois únicos incisivos superiores que estes animais conservam - costumam pesar cerca de 25 kg a 45 kg cada uma nos elefantes machos da savana, embora já se tenham caçado exemplares com defesas gigantescas, mais precisamente uma com 3,45 m de comprimento e outra com 116 kg de peso. Contudo, parece não existir qualquer relação entre o tamanho do animal e o dos seus incisivos, nem sequer entre o comprimento e o peso destes. As defesas dos elefantes são utilizadas não só como como armas de combate para enfrentarem os inimigos pertencentes a outras espécies ou para lutarem com os congéneros durante o período do cio, mas também, e fundamentalmente, como instrumentos. (...) Ao remover a terra para depois se pulverizarem, ao cavar poços, extrair sal, remover obstáculos, etc., há elefantes esquerdos e direitos, possuindo por esse motivo um incisivo muito mais gasto que o outro.(...) As defesas das fêmeas, sempre mais pequenas e desiguais, raramente ultrapassam os 19 kg de peso.
A pele do gigante
Rugosa e grossa, é alvo de um cuidado extremo por parte dos colossos, os quais, a fim de se livrarem do ataque dos insectos parasitas, dedicam muito tempo a cobri-la com lama ou pó.(...) As aspersões de lama, pó e água ajudam-no a libertar-se da multidão de insectos nocivos e parece que conservam em muito bom estado a sua pele, que nos indivíduois adultos é completamente nua (...).
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