"Creio que na cabeça de salomão o não querer e o não saber se confundem numa grande interrogação sobre o mundo em que o puseram a viver, aliás, penso que nessa interrogação nos encontramos todos, nós e os elefantes."
"Em compensação, houve momentos de vivíssima emoção, como foi o caso daquele homem que explodiu num choro convulsivo como se tivesse reencontrado um ser querido de quem havia muitos anos não tinha notícias. A este tratou-o o elefante com particular complacência. Passou-lhe a tromba pelos ombros e pela cabeça em carícias que quase pareciam humanas, tal eram a suavidade e a ternura que delas se desprendiam no menor movimento. Pela primeira vez na história da humanidade, um animal despediu-se, em sentido próprio, de alguns seres humanos como se lhes devesse amizade e respeito, o que os preceitos morais dos nossos códigos de comportamento estão longe de confirmar, mas que talvez se encontrem inscritos em letras de ouro nas leis fundamentais da espécie elefantina."
"(...) a verdade é que as repetições decepcionam quase sempre, perdem a graça, nota-se que lhes falta espontaneidade e, se a espontaneidade falta, falta tudo."
Aaaahhh como eu gosto disto.
2 comments:
grande falha minha, da qual me envergonho, nunca ter lido nada do saramago até ao fim.
mas está planeado colmatar esta falha brevemente :)
Sim é freqquente isso. já eu leio-o de rajada :D
bem tlvz não tenha sido o caso do Memorial, mas esse foi a iniciação saramaguiana ;)
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