Wednesday, January 27, 2010

Os elefantes e a UE


  • Os representantes de 17 países africanos pediram ontem, em Bruxelas, à União Europeia (UE) para se opor a novas vendas de marfim, a fim de salvar as populações de elefantes, dizimadas pela caça ilegal.

  • “Pedimos à União Europeia para declarar abertamente o seu apoio à moratória de nove anos, adoptada em 2007 no seio da Convenção sobre comércio de espécies ameaçadas de extinção (CITES)”, anunciou em conferência de imprensa no Parlamento Europeu o ministro queniano da Floresta e da Fauna, Noah Wekesa, cujo país preside com o Mali a Coligação para o Elefante de África.
  • A Tanzânia e a Zâmbia pediram para serem autorizadas as vendas de 90 e 22 toneladas de marfim, respectivamente, durante a próxima conferência da CITES, prevista para 13 a 25 de Março, em Doha. “A União Europeia tem uma grande importância no seio da CITES. Se ela se abstiver durante esta votação, vai contribuir para acentuar uma situação já de si crítica”, advertiu Wekesa.
  • “Os últimos elefantes da Serra Leoa têm vindo a ser abatidos por caçadores furtivos ao longo do mês passado”, salientou. De momento, a União Europeia ainda não anunciou qual é a sua posição. “O Reino Unido, a França, Espanha e Holanda não sabem ainda o que farão, mas estão inclinados a apoiar o pedido da Tanzânia”, salientou o eurodeputado liberal holandês Gerben-Jan Gerbrandy.
  • “Se os 27 Estados membros da União Europeia estiverem em desacordo, vão abster-se, o que equivale a luz verde para os caçadores furtivos”, alertou Wekesa.
  • A moratória prevê luz verde para o Zimbabwe, África do Sul, Namíbia e Botswana escoarem, excepcionalmente, 108 toneladas de marfim para os mercados chinês e japonês. Os defensores dos elefantes consideram que esta venda legal aumenta a procura de marfim e pode alimentar o mercado negro.
  • Actualmente vivem em África entre 400 mil e 600 mil elefantes. Mais de metade vive na África Austral. Milhares são abatidos por caçadores furtivos nos países da África ocidental, central e oriental.
  • “No Quénia perdemos 232 elefantes em 2009, mortos por caçadores ilegais ou pela seca”, disse Wekesa. Em 2008 esse número foi mais baixo, 145 e em 2007 apenas 47.

  • A coligação para o Elefante de África conta com 22 membros: Benim, Burkina Faso, República Centro-Africana, Chade, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Quénia, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Togo, República do Congo e o Sul do Sudão.

Fonte: Ecosfera.

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