- David Platt afirma que «o mundo material é demasiado destruidor da alma. "O sonho americano difere radicalmente do chamamento de Jesus e da essência dos Evangelhos", defende. O sonho americano dá ênfase ao engrandecimento e crescimento pessoais. As nossas capacidades são os nossos melhores trunfos. Mas os Evangelhos rejeitam a ênfase na própria pessoa: "Na verdade, Deus gosta de exaltar a nossa incapacidade". O sonho americano privilegia a ascensão sócio-económica, mas "o êxito, no Reino de Deus, passa pelo despojamento, não pelo engrandecimento." Os argumentos de Platt são velhos, mas surgem num momento pós-excessos, quando as atitudes para com a vida material estão desvalorizadas. O livro dele tocou um nervo sensível. O seu tomo sobre a renúncia vende-se como pãezinhos quentes. As críticas literárias são calorosas. Os leitores, em locais como a Convenção Baptista do Sul estão a apelar aos cidadãos para que renunciem ao sonho americano.»
David Brooks in i online.
- Crescer e assumir responsabilidades: «São, todos estes, as pessoas que não se deixaram levar pelo ambiente social no qual cresceram, que não se deixaram influenciar pelos maus exemplos dos que os rodeiam, que não se acomodaram em justificações confortáveis como "todos fazem o mesmo" ou "tive uma infância infeliz". Pelo contrário, enfrentaram a sociedade e o seu conformismo, afirmando a sua integridade, a sua liberdade.»
Francesco Alberoni in i online.
- «Lisboa e Porto estão à cabeça da lista das cidades da UE que mais se despovoaram desde 1999 e com o maior índice (24%) de habitantes com mais de 65 anos.(...) Segundo um estudo de 2008, em Lisboa há quatro mil edifícios abandonados, num total de 55 mil. Nos últimos 30 anos, Lisboa perdeu cerca de 100 mil habitantes por década e passou de 800 mil habitantes para o meio milhão atual. Salgado diz ter “perfeitamente identificadas” as causas do despovoamento: “A má qualidade dos equipamentos de proximidade: creches, escolas, centros de saúde; a procura de casas unifamiliares; e, mais importante, o preço do metro quadrado, que em Lisboa é duas ou três vezes mais caro do que nos municípios limítrofes”. Um quarto da população da cidade vive no limiar da pobreza, segundo os cálculos da Câmara. Reformados, desempregados, pessoas que vivem do rendimento mínimo, de um lado. Do outro, os que têm mais recursos e têm acesso, sem problemas, ao mercado de habitação em Lisboa. Em muito casos têm, também, casas nas zonas mais exclusivas dos arredores, como Estoril e Cascais. A cidade tem 650 mil postos de trabalho, mas apenas 500 mil residentes, dos quais só um quarto é ativo, explica o vereador. “Isto significa que, todos os dias, entram e saem de Lisboa mais de meio milhão de pessoas. É uma situação praticamente única na Europa, só comparavel a Oslo, que tem mais em comum com as cidades dos Estados Unidos”, diz o geógrafo João Seixas, professor de Geografia na Universidade de Lisboa.»
in PressEurop.
- João Távora, Corta Fitas, Telejornal: «Há muito tempo que não assistia a um telejornal generalista e confesso que a coisa hoje me impressionou: para lá da exploração dos incêndios florestais até à exaustão, impera um formato folhetim com três ou quatro temas em episódios sem novidade, originalidade ou densidade, talvez para que o espectador não estranhe quando a telenovela começar a seguir. Tudo se adapta a este formato estupidificante: o assassino em série, a política, o futebol, mesmo que não haja “notícia” que afinal é o menos importante. Dê-se ao povo o que ele quer… consumir. Em termos internacionais, tirando algum escândalo ou tragédia, não se passa nada no Mundo e o fundamental é atiçar comedidamente os instintos da turba sem pensar muito. Afinal, para as pessoas viverem nesta “redoma mediática”, não vejo por que não se suprimam os chumbos e o que resta do Ensino: nem saber ler é preciso.»
in Corta Fitas.
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