Pyramid Song
Parece que os meios de comunicação social, como de costume, andam a alardear o apocalipse no Japão. O blogue A Ciência não é neutra ajuda a pôr pontos em alguns i's:
"Alguns números típicos, tomando por unidade de radiação o milisievert (mSv):
Dose letal (para 50% das pessoas) - 2500 a 5000;
Dose causadora de patologia aguda - 500 a 2500;
Dose capaz de a longo prazo causar envelhecimento precoce ou cancro - 100 a 500;
Dose abaixo da qual não há dados que confirmem patologias - 50.
Dose normal no ambiente quotidiano - 5.
Ora (...) até (quarta-feira) os níveis máximos registados, e por curtos períodos, na periferia da Central, foram de 11. Não é bom, mas ainda não tem nada a ver com Chernobyl ou o apocalipse! Entretanto, o lançamento de água por helicóptero e carros de bombeiros na piscina de arrefecimento dos resíduos dos reactores nº 3 e 4, piscinas cuja secagem é o maior perigo que de momento a situação encerra, terá tido êxito. A montagem da linha de energia auxiliar para alimentação das bombas hidráulicas também (toda a rede eléctrica da central e arredores foi devastada pelo terramoto e pelo tsunami subsequente). E um dos Diesel de emergência já está a trabalhar. De um modo geral, a situação está cada vez melhor controlada, como as últimas notícias (...) indicam. O heroísmo e competência dos trabalhadores japoneses nas instalações e a ajuda dos que em todo o Mundo lhes desejam os maiores sucessos, conseguirão a vitória nesta tremenda batalha!"
Infelizmente, acaba por não ser muito surpreendente que um dos mais geniais criadores de séries (as para mim insuperáveis no seu género Nip / Tuck, The Shield e Glee), Ryan Murphy, consiga, na sua primeira incursão cinematográfica, fazer o filme mais esquecível possível. Oh Julia, o amigo Soderbergh é que sabe o que fazer contigo, deixa-te de tretas mazé!
Já Angelina Jolie parece que não se dá ao sub-aproveitamento. Apesar de não ter achado o filme por aí além como rezam muitas crónicas, fica o meu espanto de assistir à supra-mencionada a despachar inimigos com as próprias mãos. Mas a despachar mesmo!
Ora aí está um bom filme, para variar. Bela surpresa, ainda pra mais, num género que me diz pouco - o do pugilista/lutador/whatever que ultrapassa todos os obstáculos até à vitória. David O. Russel faz um belo trabalho, Christian Bale está mesmo incrível (belíssimo Oscar) e até Mark Wahlberg não vai nada mal. Muito bom também ver a doce Amy Adams noutro registo bem... arreganhado.
This is totally happening, dude.
