- Jonet disse grandes verdades mas muito inconvenientes, claro
- os mídia são uns idiotas por descontextualizarem tudo o que lhes dá jeito descontextualizar
- as redes sociais são ignorantes da existência ou não de miséria em Portugal, abaixo-assinando do alto dos seus tronos (ipads, iphones, iwhatever), não se apercebendo sequer do terceiro-mundismo que é um miúdo com um smartphone no bolso não ter dinheiro para comer
'Tou como o outro: "E se os miguelitos da petição contra Isabel Jonet fizessem qualquer coisa semelhante ao Banco Alimentar Contra a Fome? Qualquer coisa que realmente aliviasse a pobreza, sem esperar pelo Estado ou pela revolução, em vez de posts e petições? Vá lá, com a vossa sensibilidade social e a vossa experiência no terreno, não será difícil, pois não?" Daqui.
5 comments:
Discordo.
Concordo que há umas verdades no meio daquele nojo todo que ela falou, mas descontextualizar não é a causa da confusão: durante as declarações em directo da Jonet já nas redes sociais se liam as mensagens de repudio. A entrevista pode ser vista na integra na net, para que não haja dúvidas que ela não é uma mera vítima de jornalismo sensacionalista.
Ouvi-a em directo uns minutos e desliguei a TV para evitar ficar nauseado.
Acabei por ouvir a entrevista dias depois. Frases como "há fome mas não há miséria" [sic], é digno somente num sketch humorístico; talvez seja gozo que alguém que dirige um BANCO ALIMENTAR contra a FOME diga que não há miséria em Portugal.
"Precisamos de empobrecer" e "não podemos comer bifes todos os dias" [sic] é de uma sensibilidade de um tijolo... Nem vou continuar por ai, prefiro pensar que é só uma azarada escolha de palavras (mas sei que não o é).
Choca-me como é que alguém ignora a existência da miséria que existe, e foi isso que chocou a maioria das pessoas nas redes sociais. No entanto, há umas poucas que nessas mesmas redes sociais obtam por ignorar tal miséria - a tal sem smartphones nem bifes todos os dias.
Do teu post, concordo apenas com o último parágrafo. Dai ficar enojado com declarações de conformismo perante o empobrecimento alheio semelhantes à da Jonet. Fala aqui alguém que não fica à espera, nem da revolução (que não se espera mas faz-se), nem da caridade (que é algo que se deve evitar). Só é pena esse parágrafo fazer também exaltação à caridade; como disse alguém: "A caridade é uma relação em que o rico decide o que o pobre pode ter". O texto do Lobo Antunes que linkei num dos meus blogs explica isso com mestria.
Agora, vou ali ver se encontro o Wally.
é impressionante, tu próprio descontextualizas, a senhora disse "quem não tem dinheiro para comer bifes todos os dias não pode comer bifes todos os dias", o que acaba por ser uma metáfora simpática pk na verdade mto boa gente tem bmw/smartphone/o caraças e dispensa a comida
Quanto a essa frase, é verdade, ela disse o que escreves ai. Eu escrevi de cor, pus o [sic], mas não foi o que ela disse. A metáfora é contudo infeliz, e opta pelo tal conformismo perante o empobrecimento.
eu não vejo conformismo, eu vejo embater com a fronha na realidade, antes tínhamos o rabo nas bolhas dos emprestimos, créditos etc etc
mas pronto, isto dá pano para mangas, bora lá tomar um café pk não há dinheiro pra mais ;)
O conformismo vem do facto de a pobreza não ser uma fatalidade, não é um acaso, é consequência de algo. No grau de desenvolvimento das forças produtivas que a humanidade possui, a pobreza já não se justifica. Jonet conforma-se perante a pobreza ao não ter uma palavrinha na supressão da mesma. Ao menos, age no minimizar das consequências da pobreza (que é miserável), mas a caridade não ajuda na abolição da pobreza.
Sei que sou chato por falar o que penso, e ainda por cima, para discordar, mas é que afinal estas coisas dos computadores e dos blogs não é para isso que servem? Ou é só para cuscar? lol
Que venha lá esse café. Mas longo.
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