Tuesday, October 17, 2006
Cold Mountain (Charles Frazier)
"Without pausing even for salutation Inman said, Who put out your pair of eyes?
The blindman had a friendly smile on his face and he said, Nobody. I never had any.
That took Inman aback, for his imagination had worked in the belief that they had been plucked out in some desperate and bloody dispute, some brute fraction. Every vile deed he had witnessed lately had been at the hand of a human agent, so he had about forgot that there was a whole other order of misfortune." (pág. 8)
“Ada sat on long enough to watch the day rise. The first grey light began gathering faintly, and then as the light built the mountains began to form themselves, retaining the dark of night in their bulk. The fog that clung to the peaks lifted and lost the shapes of the mountain and dissipated in the warmth of the morning. In the pasture the forms of trees remained drawn in dew on the grass beneath them. When she stood to walk down to the house, the smell of night still lingered under the two chestnut trees.” (pág. 63)
“But if one had not the slightest hint towards finding what one´s nature was, then even stepping out on the path became a snaggy matter.” (pág.66)
“He stopped and pissed in the dirt. Before he was hardly done, spring azure butterflies alit on it to drink, the colour of their wings in the sun like blued metal. They seemed to him things too beautiful to be drinking piss. It was, though, apparently the nature of the place.” (pág. 72)
"You´re left with only your scars to mark the void. All you can choose to do is go on or not. But if you go on, it´s knowing you carry your scars with you." (pág. 421)
"The world was such an incredibly lonely place, and to lie down beside him, skin to skin, seemed the only cure." (pág. 429)
"Inman sat up with the blanket around his waist. He had been living like a dead man and this was life before him, an offering within his reach." (pág 430)
Sunday, October 15, 2006
Ecologia
“Ecologia urbana”, conceito nascido em Chicago após a Primeira Guerra Mundial, que iniciou o seu desenvolvimento em França, mais precisamente em Metz, capital da Lorena.
Metz foi alvo de planos audaciosos na década de 60 que desafiavam o tecido histórico da velha cidade galo-romana: demolição dos bairros antigos, criação de grandes artérias urbanas e de estradas nas margens do rio, instalação da siderurgia à beira-mar, etc; ao fim de algum tempo, «cinco dos mais importantes bairros do centro da cidade (…) não passavam de campos de escombros», com a deslocação dos seus habitantes para a periferia e para os subúrbios.
No entanto, pode-se dizer que Metz foi salva pela revolução cultural de Maio de 68, com a qual chegaram ideias novas ao Velho Continente. Entre elas, a ecologia.
Em tal situação, a consciência colectiva dos habitantes de Metz levantou «violentos protestos contra o massacre da cidade e do seu património antigo», o que levou ao poder uma nova municipalidade em 1971.
Nasceu então o conceito de “ecologia urbana”, que iria, em três meses, alterar completamente a cidade.
Aqui foi criado e instalado o Instituto Europeu de Ecologia que, «em relação estreita com a cidade, (…) sugeriu novas vias de reflexão, novos conceitos e, sobretudo, uma nova lógica de urbanismo.»
A promoção da ecologia urbana deve-se a um investigador deste Instituto, Roger Klaine. Este propôs conceber os «ordenamentos urbanos de modo a favorecerem a eclosão das potencialidades de cada um, satisfazendo as suas necessidades não expressas», oferecendo «ordenamentos – sobretudo micro-ordenamentos – que permitissem aos habitantes encontrar o contacto directo com a Natureza (…)».
Alguns exemplos práticos da instalação deste conceito em Metz são a restauração do património antigo, a aquisição do hábito de dar passeios na cidade e a criação, pelos infantários, de jardinzinhos onde as crianças se familiarizam com os legumes e as flores.
Por consequência, esta cidade adquiriu o merecido estatuto de património francês e europeu, distinguindo-se igualmente pela qualidade dos seus espaços verdes.
No entanto, «a ecologia urbana não diz apenas respeito aos imóveis e aos monumentos, à água e às pedras, às árvores e às flores; é também uma gestão prudente das energias e um tratamento adequado dos resíduos.»
Outro exemplo a seguir é a Empresa de Electricidade de Metz, que fornece, «graças à sua central térmica, água quente ao mesmo tempo que electricidade: um exemplo de “cogeração” que alimenta uma importante rede de aquecimento urbano.»
Para finalizar, considero que é de sublinhar que esta “cidade-modelo” foi criada muito «graças à vontade afirmada do seu presidente da câmara», mas muito mais importante, graças aos eleitores que o colocaram em tal posição.
Bibliografia:
PELT Jean-Marie e STEFFAN Frank, A Terra como Herança, Editora: Editorial Inquérito, 2001
Metz foi alvo de planos audaciosos na década de 60 que desafiavam o tecido histórico da velha cidade galo-romana: demolição dos bairros antigos, criação de grandes artérias urbanas e de estradas nas margens do rio, instalação da siderurgia à beira-mar, etc; ao fim de algum tempo, «cinco dos mais importantes bairros do centro da cidade (…) não passavam de campos de escombros», com a deslocação dos seus habitantes para a periferia e para os subúrbios.
No entanto, pode-se dizer que Metz foi salva pela revolução cultural de Maio de 68, com a qual chegaram ideias novas ao Velho Continente. Entre elas, a ecologia.
Em tal situação, a consciência colectiva dos habitantes de Metz levantou «violentos protestos contra o massacre da cidade e do seu património antigo», o que levou ao poder uma nova municipalidade em 1971.
Nasceu então o conceito de “ecologia urbana”, que iria, em três meses, alterar completamente a cidade.
Aqui foi criado e instalado o Instituto Europeu de Ecologia que, «em relação estreita com a cidade, (…) sugeriu novas vias de reflexão, novos conceitos e, sobretudo, uma nova lógica de urbanismo.»
A promoção da ecologia urbana deve-se a um investigador deste Instituto, Roger Klaine. Este propôs conceber os «ordenamentos urbanos de modo a favorecerem a eclosão das potencialidades de cada um, satisfazendo as suas necessidades não expressas», oferecendo «ordenamentos – sobretudo micro-ordenamentos – que permitissem aos habitantes encontrar o contacto directo com a Natureza (…)».
Alguns exemplos práticos da instalação deste conceito em Metz são a restauração do património antigo, a aquisição do hábito de dar passeios na cidade e a criação, pelos infantários, de jardinzinhos onde as crianças se familiarizam com os legumes e as flores.
Por consequência, esta cidade adquiriu o merecido estatuto de património francês e europeu, distinguindo-se igualmente pela qualidade dos seus espaços verdes.
No entanto, «a ecologia urbana não diz apenas respeito aos imóveis e aos monumentos, à água e às pedras, às árvores e às flores; é também uma gestão prudente das energias e um tratamento adequado dos resíduos.»
Outro exemplo a seguir é a Empresa de Electricidade de Metz, que fornece, «graças à sua central térmica, água quente ao mesmo tempo que electricidade: um exemplo de “cogeração” que alimenta uma importante rede de aquecimento urbano.»
Para finalizar, considero que é de sublinhar que esta “cidade-modelo” foi criada muito «graças à vontade afirmada do seu presidente da câmara», mas muito mais importante, graças aos eleitores que o colocaram em tal posição.
Bibliografia:
PELT Jean-Marie e STEFFAN Frank, A Terra como Herança, Editora: Editorial Inquérito, 2001
Monday, October 09, 2006
Memoirs of a Geisha
Um bom filme, com grandes prestações femininas, principalmente da estreante Gong Li, que saltou imediatamente para Hollywood (Miami Vice). O que mais me agradou no filme foi mesmo a parte inicial que conta a infância roubada da protagonista; depois disso o meu interesse não se manteve. Mas é um bom filme, ideal para uma tarde de pastelice.
Rob Marshall, realizador de Chicago, filme nomeado para as principais categorias, etc.
Tuesday, October 03, 2006
Outubro em Mafra
Já em http://www.mafraregional.pt (cultura), check it out... or not...
6 Outubro, 6ª - Que Sorte a Minha! (Just My Luck)
Nesta comédia para adolescentes realizada por Donald Petrie, Lindsay Lohan (Mean Girls – Giras e Terríveis) é Ashley, conhecida pelos seus amigos como a rapariga mais sortuda que existe. Por outro lado, Chris Pine é Jake, o rapaz mais azarado que circula pelas ruas de Nova Iorque. Quando os dois se conhecem numa festa e trocam um beijo, a sorte dos dois vira como num passe de mágica.
No site c7nema.net, o crítico de cinema Carlos Natálio escreve: «“Just My Luck”, enquanto comédia e com a sua premissa de base, lá se consegue suster trinta minutos, não mais. Depois as piadas deixam de o ser e o sorriso embaraçado invade o espectador. Quando mudamos a agulha para o romance as coisas não melhoram. Tudo muito genérico, para o qual as representações e a falta de química entre os dois não ajuda em nada. De qualquer forma Lohan está bastantes furos acima do seu “namorado”. (...) Decididamente, para adolescentes apenas. Não precoces, de preferência. (5/10)»
De referir que Lindsay Lohan, uma ex-actriz infantil e presença assídua de tablóides e revistas cor-de-rosa, participa num filme que em breve estreará nas nossas salas, A Prairie Home Companion de Robert Altman, um realizador prestigiadíssimo e responsável por obras como Gosford Park, dando «bastante boa conta de si, sugerindo um olhar mais atento face ao desenrolar da sua carreira».
13 (6ª) e 14 Outubro (Sáb.) – O Sentinela (The Sentinel)
Thriller político do realizador Clark Johnson, o mesmo de S.W.A.T. – Força de Intervenção, O Sentinela conta com um elenco cintilante: Michael Douglas (Instinto Fatal), Kim Basinger (L.A. Confidential), Kiefer Sutherland (mais conhecido pelo protagonismo da série de culto “24”) e Eva Longoria, a incontornável Gabrielle de Donas de Casa Desesperadas.
O filme segue o agente dos Serviços Secretos Pete Garrison (Douglas), responsável pela segurança da Primeira-Dama dos Estados Unidos (Basinger). As suspeitas recaem sobre Garrison quando ocorre o assassinato de um colega seu, sendo o caso investigado pelos agentes David Breckinridge (Sutherland), ex-amigo de Garrison, e a novata Jill Marin (Longoria). Considerado o suspeito nº1 e destituído dos seus deveres, Garrison torna-se um fugitivo e entra numa corrida de vida ou morte para provar a sua inocência e salvar a vida do Presidente, enquanto tenta descobrir a pessoa que está por detrás de tudo.
Filme na linha dos «universos dramáticos muito chegados a thrillers musculados como o inteligente “In the Line Of Fire”, a saga de Jack "Harrison Ford" Ryan ou “The Fugitive”», que aproveita o «hype do excelente exercício de escalada da Fox, que é “24”, (a qual empresta o seu actor principal Kiefer Sutherland, uma das suas premissas, além da ideia do uso de separadores entre cenas).» (in c7nema.net).
No site cinema2000.pt podemos ler a crítica de Jorge Pinto: «(...) O filme é um thriller que retrata uma conspiração para assassinar o Presidente americano. (...) Os primeiros minutos são dignos de um documentário, tal é a ênfase no detalhe operacional dos agentes que protegem o Chefe de Estado. O problema é que este modo operandis nos seus minutos iniciais se vai arrastar o resto do tempo, “O Sentinela” perde-se ao focar os aspectos superficiais de cada personagem e deixa de lado as motivações das mesmas, resultado num filme sem alma que não sabe cativar o espectador. (...) A atmosfera de thriller mais denso perde-se à medida que tropeçamos na previsibilidade da narrativa.
(...) Os actores estão subaproveitados, o que é lamentável (...). Com a excepção de Michael Douglas, que desempenha um papel principal razoável, Kiefer Sutherland está a milhas da intensidade demonstrada num papel similar que interpreta na série «24» e Eva Longoria apenas faz número (o seu papel resume-se a uma bela actriz com uma arma na mão). Kim Basinger, como primeira-dama, tem charme e oferece credibilidade, mas tem um papel limitado e pouco complexo. Aliás, a falta de complexidade é a nota dominante em tudo isto.
“O Sentinela” certamente vai agradar aos espectadores menos exigentes, pois tem componentes para passar o tempo.»
Na revista Première de Outubro, Vítor Moura sentencia que O Sentinela «é eficaz, mesmo com Michael Douglas a correr sempre com fôlego. O actor é consistente na acção como na interpretação (...). Fica apenas a faltar algures um golpe de originalidade. As emoções estão lá, as perseguições e os tiros também mas não há nada verdadeiramente arrebatador. É pena. O melhor: a dupla Michael Douglas/Kiefer Sutherland»; o pior: a discrição de Eva Longoria.»
20 (6ª) e 21 Outubro (Sáb.) – A Minha Super Ex (My Super Ex-Girlfriend)
Para quem aprecia actores que não se repetem, aí está Uma Thurman imparável, aqui num registo cómico e, no mínimo, tresloucado. Uma actriz muito especial que parece ser todo-o-terreno, depois de registos tão particulares como o drama épico de Henry and June, Os Miseráveis ou Dangerous Liaisions, a acção em Paycheck – Pago Para Esquecer ou Kill Bill, a ficção científica de Gattaca, a comédia romântica de Prime – Terapia do Amor, e o inclassificável Pulp Fiction (acção, drama...?). Chega a vez de reinar num filme que funde os géneros de acção, comédia e romance, A Minha Super Ex, de Ivan Reitman (Caça-Fantasmas).
Thurman encarna Jenny Johnson, alter-ego da super-heroína G-Girl. O seu namoro com Matt Saunders (Luke Wilson, A Jóia da Família) parece perfeito até que Jenny revela o seu lado… possessivo, levando ao fim do romance. Para ultrapassar o desgosto, Jenny recorre aos super-poderes (ela voa, ela levanta carros, ela derrete aço…) para condenar futuros romances de Matt.
Para quem tem dificuldade em digerir as facilidades de uma comédia romântica (eu…), este aparenta ser um género alternativo a ter em conta, nem que seja para assistir a uma personagem que se torna insuportável mas de quem ao mesmo tempo não conseguimos tirar os olhos, na sua missão quase épica de infernizar a vida ao ex-namorado.
Nota ainda para a presença de Anna Faris, uma actriz que começa a mostrar o seu valor, depois da saga Scary Movie – Um Susto de Filme, com participações de qualidade em Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho e Brokeback Mountain – O Segredo de Brokeback Mountain, e de Wanda Sykes (Monster In Law – Uma Sogra de Fugir), uma comediante hilariante da “escola” stand-up.
27 Outubro (6ª) – Loucos e Apaixonados (Mozart and The Whale)
Uma história dramática, sobre um casal com o sindroma de Asperger (uma forma de autismo), que conta no elenco com Josh Hartnett (Pearl Harbor) e Radha Mitchell (Melinda e Melinda), realizado pelo holandês Petter Næss.
Donald (Hartnett) «dirige um grupo de apoio no centro comunitário local e embora os seus sintomas sejam muito ligeiros comparados aos dos outros participantes do grupo, estes impedem-no no entanto de levar uma vida normal ou conservar um emprego. Quando a bela Isabelle (Mitchell) entra para o grupo, Donald fica absolutamente enfeitiçado por ela, que se apercebe e mantém com ele um certo jogo de sedução e aquilo que os aproxima é ao mesmo tempo aquilo que os separa: Isabelle é directa e agressiva, Donald tende a resguardar-se.» (in c7nema.net).
João Lopes, em cinema2000.pt escreve que «Josh Hartnett e Radha Mitchell são os trunfos principais de um filme que merecia, pelo menos, um título menos "ligeiro" e "adolescente". (...) Na sua simplicidade, a questão central do filme tem a vantagem de condensar o essencial. A saber: até que ponto (ou de que modo) o impulso amoroso que aproxima Donald e Isabella pode sobreviver através dos seus próprios desequilíbrios afectivos e comportamentais?».
De referir a presença de um dos jovens actores mais sólidos nas suas escolhas profissionais, Josh Hartnett, na linha de Jake Gyllenhaal (Donnie Darko) ou Tobey Maguire (Spider Man). Os mais atentos poderão reconhecê-lo no filme de estreia da realizadora Sofia Copolla, The Virgin Suicides - As Virgens Suicidas, ao lado de Kirsten Dunst, James Woods e Kathleen Turner. A fama bateu-lhe à porta depois de Pearl Harbor, acompanhado por Ben Affleck e Kate Beckinsale, permitindo-lhe co-protagonizar Hollywood Homicide com Harrison Ford. Assim, foi-lhe possível escolher a dedo os filmes seguintes, tais como o “labour of love” de Wicker Park de Paul McGuigan (filme pequeno e discreto mas que recomendo vivamente, com Rose Byrne e Diane Krueger, ambas vistas em Troy), o belicismo de Black Hawk Down de Ridley Scott (algo violento, com Ewan McGregor e Orlando Bloom), o preto e branco de Sin City de Robert Rodriguez (muito violento, com Bruce Willis, Jessica Alba, Clive Owen e Rosario Dawson), o desvario de Lucky Number Slevin de Paul McGuigan (thriller humorístico com um elenco de luxo: Lucy Liu, Bruce Willis, Morgan Freeman e Sir Ben Kingsley) e o seu mais recente The Black Dahlia de Brian de Palma, com Scarlett Johansson (A Ilha), Aaron Eckhart (Thank You For Smoking) e Hillary Swank (Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos).
Como curiosidade, rejeitou o papel de Jack Twist em Brokeback Mountain, aceite por nada mais nada menos que Jake Gyllenhaal.
28 Outubro (Sáb.) – Garfield 2 – Garfield: A Tail of Two Kitties
Regresso de um género que mistura animação e actores de carne e osso, tendo como cenário a cidade de Londres, pela mão do realizador Tim Hill. Jon (Breckin Meyer), Garfield (voz de Bill Murray) e Odie (Sarah Love Hewitt) viajam para Londres, onde Jon pretende pedir Liz em casamento. Lá, Garfield troca de lugar com um gato da família real, que é idêntico a ele.
Sara Vaz Franco (memoriadeelefanta.blogspot.com)
6 Outubro, 6ª - Que Sorte a Minha! (Just My Luck)
Nesta comédia para adolescentes realizada por Donald Petrie, Lindsay Lohan (Mean Girls – Giras e Terríveis) é Ashley, conhecida pelos seus amigos como a rapariga mais sortuda que existe. Por outro lado, Chris Pine é Jake, o rapaz mais azarado que circula pelas ruas de Nova Iorque. Quando os dois se conhecem numa festa e trocam um beijo, a sorte dos dois vira como num passe de mágica.
No site c7nema.net, o crítico de cinema Carlos Natálio escreve: «“Just My Luck”, enquanto comédia e com a sua premissa de base, lá se consegue suster trinta minutos, não mais. Depois as piadas deixam de o ser e o sorriso embaraçado invade o espectador. Quando mudamos a agulha para o romance as coisas não melhoram. Tudo muito genérico, para o qual as representações e a falta de química entre os dois não ajuda em nada. De qualquer forma Lohan está bastantes furos acima do seu “namorado”. (...) Decididamente, para adolescentes apenas. Não precoces, de preferência. (5/10)»
De referir que Lindsay Lohan, uma ex-actriz infantil e presença assídua de tablóides e revistas cor-de-rosa, participa num filme que em breve estreará nas nossas salas, A Prairie Home Companion de Robert Altman, um realizador prestigiadíssimo e responsável por obras como Gosford Park, dando «bastante boa conta de si, sugerindo um olhar mais atento face ao desenrolar da sua carreira».
13 (6ª) e 14 Outubro (Sáb.) – O Sentinela (The Sentinel)
Thriller político do realizador Clark Johnson, o mesmo de S.W.A.T. – Força de Intervenção, O Sentinela conta com um elenco cintilante: Michael Douglas (Instinto Fatal), Kim Basinger (L.A. Confidential), Kiefer Sutherland (mais conhecido pelo protagonismo da série de culto “24”) e Eva Longoria, a incontornável Gabrielle de Donas de Casa Desesperadas.
O filme segue o agente dos Serviços Secretos Pete Garrison (Douglas), responsável pela segurança da Primeira-Dama dos Estados Unidos (Basinger). As suspeitas recaem sobre Garrison quando ocorre o assassinato de um colega seu, sendo o caso investigado pelos agentes David Breckinridge (Sutherland), ex-amigo de Garrison, e a novata Jill Marin (Longoria). Considerado o suspeito nº1 e destituído dos seus deveres, Garrison torna-se um fugitivo e entra numa corrida de vida ou morte para provar a sua inocência e salvar a vida do Presidente, enquanto tenta descobrir a pessoa que está por detrás de tudo.
Filme na linha dos «universos dramáticos muito chegados a thrillers musculados como o inteligente “In the Line Of Fire”, a saga de Jack "Harrison Ford" Ryan ou “The Fugitive”», que aproveita o «hype do excelente exercício de escalada da Fox, que é “24”, (a qual empresta o seu actor principal Kiefer Sutherland, uma das suas premissas, além da ideia do uso de separadores entre cenas).» (in c7nema.net).
No site cinema2000.pt podemos ler a crítica de Jorge Pinto: «(...) O filme é um thriller que retrata uma conspiração para assassinar o Presidente americano. (...) Os primeiros minutos são dignos de um documentário, tal é a ênfase no detalhe operacional dos agentes que protegem o Chefe de Estado. O problema é que este modo operandis nos seus minutos iniciais se vai arrastar o resto do tempo, “O Sentinela” perde-se ao focar os aspectos superficiais de cada personagem e deixa de lado as motivações das mesmas, resultado num filme sem alma que não sabe cativar o espectador. (...) A atmosfera de thriller mais denso perde-se à medida que tropeçamos na previsibilidade da narrativa.
(...) Os actores estão subaproveitados, o que é lamentável (...). Com a excepção de Michael Douglas, que desempenha um papel principal razoável, Kiefer Sutherland está a milhas da intensidade demonstrada num papel similar que interpreta na série «24» e Eva Longoria apenas faz número (o seu papel resume-se a uma bela actriz com uma arma na mão). Kim Basinger, como primeira-dama, tem charme e oferece credibilidade, mas tem um papel limitado e pouco complexo. Aliás, a falta de complexidade é a nota dominante em tudo isto.
“O Sentinela” certamente vai agradar aos espectadores menos exigentes, pois tem componentes para passar o tempo.»
Na revista Première de Outubro, Vítor Moura sentencia que O Sentinela «é eficaz, mesmo com Michael Douglas a correr sempre com fôlego. O actor é consistente na acção como na interpretação (...). Fica apenas a faltar algures um golpe de originalidade. As emoções estão lá, as perseguições e os tiros também mas não há nada verdadeiramente arrebatador. É pena. O melhor: a dupla Michael Douglas/Kiefer Sutherland»; o pior: a discrição de Eva Longoria.»
20 (6ª) e 21 Outubro (Sáb.) – A Minha Super Ex (My Super Ex-Girlfriend)
Para quem aprecia actores que não se repetem, aí está Uma Thurman imparável, aqui num registo cómico e, no mínimo, tresloucado. Uma actriz muito especial que parece ser todo-o-terreno, depois de registos tão particulares como o drama épico de Henry and June, Os Miseráveis ou Dangerous Liaisions, a acção em Paycheck – Pago Para Esquecer ou Kill Bill, a ficção científica de Gattaca, a comédia romântica de Prime – Terapia do Amor, e o inclassificável Pulp Fiction (acção, drama...?). Chega a vez de reinar num filme que funde os géneros de acção, comédia e romance, A Minha Super Ex, de Ivan Reitman (Caça-Fantasmas).
Thurman encarna Jenny Johnson, alter-ego da super-heroína G-Girl. O seu namoro com Matt Saunders (Luke Wilson, A Jóia da Família) parece perfeito até que Jenny revela o seu lado… possessivo, levando ao fim do romance. Para ultrapassar o desgosto, Jenny recorre aos super-poderes (ela voa, ela levanta carros, ela derrete aço…) para condenar futuros romances de Matt.
Para quem tem dificuldade em digerir as facilidades de uma comédia romântica (eu…), este aparenta ser um género alternativo a ter em conta, nem que seja para assistir a uma personagem que se torna insuportável mas de quem ao mesmo tempo não conseguimos tirar os olhos, na sua missão quase épica de infernizar a vida ao ex-namorado.
Nota ainda para a presença de Anna Faris, uma actriz que começa a mostrar o seu valor, depois da saga Scary Movie – Um Susto de Filme, com participações de qualidade em Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho e Brokeback Mountain – O Segredo de Brokeback Mountain, e de Wanda Sykes (Monster In Law – Uma Sogra de Fugir), uma comediante hilariante da “escola” stand-up.
27 Outubro (6ª) – Loucos e Apaixonados (Mozart and The Whale)
Uma história dramática, sobre um casal com o sindroma de Asperger (uma forma de autismo), que conta no elenco com Josh Hartnett (Pearl Harbor) e Radha Mitchell (Melinda e Melinda), realizado pelo holandês Petter Næss.
Donald (Hartnett) «dirige um grupo de apoio no centro comunitário local e embora os seus sintomas sejam muito ligeiros comparados aos dos outros participantes do grupo, estes impedem-no no entanto de levar uma vida normal ou conservar um emprego. Quando a bela Isabelle (Mitchell) entra para o grupo, Donald fica absolutamente enfeitiçado por ela, que se apercebe e mantém com ele um certo jogo de sedução e aquilo que os aproxima é ao mesmo tempo aquilo que os separa: Isabelle é directa e agressiva, Donald tende a resguardar-se.» (in c7nema.net).
João Lopes, em cinema2000.pt escreve que «Josh Hartnett e Radha Mitchell são os trunfos principais de um filme que merecia, pelo menos, um título menos "ligeiro" e "adolescente". (...) Na sua simplicidade, a questão central do filme tem a vantagem de condensar o essencial. A saber: até que ponto (ou de que modo) o impulso amoroso que aproxima Donald e Isabella pode sobreviver através dos seus próprios desequilíbrios afectivos e comportamentais?».
De referir a presença de um dos jovens actores mais sólidos nas suas escolhas profissionais, Josh Hartnett, na linha de Jake Gyllenhaal (Donnie Darko) ou Tobey Maguire (Spider Man). Os mais atentos poderão reconhecê-lo no filme de estreia da realizadora Sofia Copolla, The Virgin Suicides - As Virgens Suicidas, ao lado de Kirsten Dunst, James Woods e Kathleen Turner. A fama bateu-lhe à porta depois de Pearl Harbor, acompanhado por Ben Affleck e Kate Beckinsale, permitindo-lhe co-protagonizar Hollywood Homicide com Harrison Ford. Assim, foi-lhe possível escolher a dedo os filmes seguintes, tais como o “labour of love” de Wicker Park de Paul McGuigan (filme pequeno e discreto mas que recomendo vivamente, com Rose Byrne e Diane Krueger, ambas vistas em Troy), o belicismo de Black Hawk Down de Ridley Scott (algo violento, com Ewan McGregor e Orlando Bloom), o preto e branco de Sin City de Robert Rodriguez (muito violento, com Bruce Willis, Jessica Alba, Clive Owen e Rosario Dawson), o desvario de Lucky Number Slevin de Paul McGuigan (thriller humorístico com um elenco de luxo: Lucy Liu, Bruce Willis, Morgan Freeman e Sir Ben Kingsley) e o seu mais recente The Black Dahlia de Brian de Palma, com Scarlett Johansson (A Ilha), Aaron Eckhart (Thank You For Smoking) e Hillary Swank (Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos).
Como curiosidade, rejeitou o papel de Jack Twist em Brokeback Mountain, aceite por nada mais nada menos que Jake Gyllenhaal.
28 Outubro (Sáb.) – Garfield 2 – Garfield: A Tail of Two Kitties
Regresso de um género que mistura animação e actores de carne e osso, tendo como cenário a cidade de Londres, pela mão do realizador Tim Hill. Jon (Breckin Meyer), Garfield (voz de Bill Murray) e Odie (Sarah Love Hewitt) viajam para Londres, onde Jon pretende pedir Liz em casamento. Lá, Garfield troca de lugar com um gato da família real, que é idêntico a ele.
Sara Vaz Franco (memoriadeelefanta.blogspot.com)
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