“EU, TU E O EMPLASTRO” – “YOU, ME AND DUPREE”
Comédia romântica realizada pelos irmãos Anthony e Joe Russo que assenta num triângulo inesperado: o casal Carl (Matt Dillon, There´s Something About Mary – Doidos Por Mary) e Molly Peterson (Kate Hudson, The Skeleton Key – A Chave), recém-casados, acolhe Randy Dupree (Owen Wilson, Wedding Crashers – Os Fura Casamentos), «o padrinho de casamento de Carl que foi despejado de casa e despedido do emprego por ter comparecido na boda» (in “Première”, Agosto 2006), tornando a vida do casal um pequeno inferno.
No site C7nema.net lê-se: «É simplesmente insonsa e absolutamente descartável, mesmo em época de vacas magras em que sabe bem ir ao cinema só para escapar ao calor que se sente no exterior. (...) A mediocridade do argumento não facilita a tarefa dos actores. O par composto por Kate Hudson e Matt Dillon não é tão credível quanto se poderia esperar, o que deita completamente abaixo o aspecto “romântico” do filme (…). Cabe ao emplastro de serviço Owen Wilson a tarefa de ir salvando o filme quando este bem precisa (...)».
O destaque neste filme vai para a presença secundária de Michael Douglas, como pai controlador de Molly, e para o facto de tanto Kate Hudson como Matt Dillon serem actores nomeados para as categorias de actriz e actor secundário, pelas suas prestações em Almost Famous – Quase Famosos e Crash – Colisão, respectivamente, e Owen Wilson ter sido um dos argumentistas nomeados por The Royal Tenenbaums
ASTÉRIX E OS VIKINGS (Versão Portuguesa)
Filme de animação dos realizadores dinamarqueses Stefan Fjeldmark e Jesper Møller, em que a pequena vila gaulesa acolhe o irreverente Atrevidix, sobrinho do chefe, e Astérix e Obélix são encarregues de fazer dele um homem de verdade. Entretanto, os Vikings desembarcam na Gália... ( in 7arte.net).
«A história complica-se quando Atrevidix é capturado pelos Vikings. Os heróis, Astérix e Obélix, são novamente convocados. Desta vez, têm de dar tudo por tudo para o recuperar.Enquanto partem à sua procura até ao Grande Norte, o jovem protegido embarca contra a sua vontade numa infame conspiração, descobrindo “à força” a bela e intrépida Abba, e que o amor por vezes tem o mesmo efeito que um murro certeiro... O chamado choque de culturas!Baseado no álbum "Astérix e os Normandos", de 1965, esta é a décima-oitava longa-metragem de animação protagonizada pelo pequeno guerreiro gaulês, criado por René Goscinny e Albert Uderzo, em 1959, para a revista "Pilote".O filme, o primeiro depois de duas versões em imagem real - "Astérix e Obélix contra César" e "Astérix e Cleópatra" - que se revelaram dos maiores sucessos do cinema francês, custou mais de 22 milhões de euros.Apresenta-se assim como um projecto ambicioso, que pretende combinar o melhor da animação tradicional com as mais modernas tecnologias desta área.Depois de 4 anos de trabalho, mil e trezentos planos, cem mil desenhos e quase meio milhar de pessoas envolvidas, ele aí está para gáudio dos mais novos e dos outros, que cresceram a sonhar com gauleses, romanos e serenatas desafinadas.» (in estreia.online.pt
VOLTAR – VOLVER
O novo filme do mais prestigiado realizador espanhol, Pedro Almodóvar, conta a peculiar história de três mulheres - avó, filha e neta - que decidem deixar o lugar onde nasceram e viajar para Madrid na busca de fortuna e de uma vida melhor.
Apresentando um elenco feminino premiado no conjunto em Cannes, brilham Penélope Cruz (Sahara) como Raimunda e Carmen Maura como Irene.
No site c7nema.net lemos: «(...) Em La Mala Educación (2004), Almodóvar resgatava alguns episódios da sua juventude, em “Volver” ele recupera momentos, lugares e emoções prévias à sua chegada a Madrid. Almodóvar fala da cultura da morte no meio rural, do estranho mas pacífico convívio com mortos que acabam por nunca desaparecer da vida dos seus entes-queridos. (...) Depois de três filmes marcados pelo drama, Almodóvar regressa ao humor, que nele nunca é estado puro, num filme que declara o seu amor às mulheres. Mais do que em qualquer outro, a presença das mulheres neste filme é esmagadora. “Volver” é sobre a sua força, sobre a vida que lhes resta quando os homens as abandonam e as desprezam, sobre o seu sofrimento, o seu carinho e compreensão, o seu entendimento secreto e a sua solidariedade. Fortes e vulneráveis, carnais e sentimentais, elas são mães, filhas, irmãs, vizinhas e amigas. A todas elas, Almodóvar dá a dose adequada de humanidade, com os desabafos e os pequenos absurdos da vida real (...). As actrizes, sem excepção, estão irrepreensíveis. Penélope Cruz tem aqui o seu melhor papel, numa imagem a la Sophia Loren (...). Uma Carmen Maura que, voltando a trabalhar com Almodóvar após Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), está perfeita como esposa despeitada e mãe dedicada, com extrema fluidez na passagem da comédia ao drama (...)».
A crítica de cinema Maria do Carmo Piçarra atribui quatro estrelas a Volver (equivalente a Bom) na edição de Outubro da revista “Première”: «Para quem goste de cinema e de Almodóvar. O melhor: a verdade do retrato das relações entre as mulheres do filme. O pior: compará-lo com Tudo Sobre a Minha Mãe ou Fala Com Ela. (...) Em plena maturidade, Almodóvar mantém a sobriedade e o registo íntimo que a sua obra ganhou nos últimos títulos. A estilização e as provocações com que ganhou fama na fase inicial da sua carreira cederam ao sentimento, que nunca cede à facilidade, e o seu humor de sempre humanizou-se na medida da introspecção do autor (...)». A referir que, habituado à nomeação para Oscar em filmes anteriores como Fala Com Ela (com o qual foi nomeado para melhor realizador e venceu para Argumento Original), este Volver volta a levar o nome de Almodóvar ao famoso “Oscar-buzz” em que se antecipam possíveis nomeações para os Prémios da Academia, tal como Penélope Cruz que, segundo o mesmo submundo de previsões, se apresenta na linha da frente para uma possível nomeação na categoria de Actriz Principal.
SERPENTES A BORDO – SNAKES ON A PLANE
Um caso singular de sucesso, tendo ganho notoriedade quando ainda em rodagens, fruto da aldeia global que a internet permite. Através de ferramentas como blogues e sites, este filme mereceu uma antecipação que o transformou num filme de culto mesmo ainda antes de o ser.
O realizador David Ellis (Celular – Ligação de Alto Risco) transforma Samuel L. Jackson (S.W.A.T., Pulp Fiction, O Protegido) num agente do FBI que acompanha uma testemunha num voo quando centenas de cobras venenosas são libertas dentro do avião. Tripulantes e passageiros vêem-se forçados a juntar forças para garantir a sobrevivência de todos. O crítico de cinema JP Machado escreve no site 7arte.net: «(...) pela primeira vez numa obra de cinema, o público pôde acrescentar material ao argumento, tornando-o uma espécie de “work in progress”. É uma ideia estimulante, mas também altamente arriscada, pondo em risco, nomeadamente, a coerência do argumento. (...) certas cenas têm a bizarria carregada de humor negro (inquietantes e cómicas ao mesmo tempo) (...). (...) A estrutura do argumento não apresenta propriamente inovações, é um filme de acção com todos os condimentos habituais, mas o que importa é que cumpre perfeitamente a sua função de entretenimento. (...) O melhor do filme são os diálogos (…) de uma qualidade rara e Samuel L. Jackson (...) tem um papel à sua medida; atrevo-me a dizer que poderá ser o papel da sua vida, aquele pelo qual será mais recordado. E claro: é com expectativa que aguardamos a já célebre frase que a sua personagem diz lá para o fim do filme, quando a sua irritação atinge o limite e ele decide resolver o assunto de uma vez por todas: “I’ve had it with these motherfucking snakes on this motherfucking plane!”. Uma delícia!»
Já no site c7nema.net se lê: «(...) Para ajudar ao riso – pois terror e pânico só mesmo para quem têm medo de voar ou de cobras, este trabalho tem uma série de personagens divertidas, onde não falta um rapper com a pancada da higiene, uma dondoca que tem medo de se despentear, um casal de jovens apaixonado e sexualmente excitado por estar num avião, e até mesmo uma hospedeira com um fraquinho pela testemunha de acusação. E claro. Nunca é demais lembrar que Samuel L. Jackson está a bordo e trás consigo o estilo “cool” habitual. (...) E com isto o filme caminha pelos passos da comédia de terror apalermada, mas extremamente eficaz, e que se não levarem muito a sério vos poderá levar às lágrimas de tanto rir (há uma cena numa casa de banho, com um homem e uma cobra, que quase me provocou uma paragem cardíaca de tanto rir). (...) deliciosa comédia de horror destinada aos fãs do género, e que bem se pode dizer que cumpre todos os seus objectivos: divertir, divertir e a espaços assustar... »
Sendo um filme de acção e terror, «é necessário recuar até 1999, ano em que O Projecto de Blair Witch foi lançado, para encontrar um movimento de tamanha dimensão na antecipação de um filme.» (in “Première”, Setembro 2006)
Destaque para a presença do actor Benjamin McKenzie, mais conhecido para clientes da série The O.C. – Na Terra dos Ricos na pele do marginalizado-que-afinal-é-uma-jóia-de-pessoa Ryan, que anteriormente participou noutro filme de culto, mas de um género totalmente diferente, Junebug, obra que permitiu a Amy Adams a nomeação para Oscar de melhor actriz secundária na última edição dos Prémios da Academia.
Sara Vaz Franco
Tuesday, November 21, 2006
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