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E vai daí e aparece Pirraça "naquele jeito gostoso" que "parece brincadeirinha" e põe os mortos a dançar, seguida da energética Você Vai Me Destruir e do bom gosto de Absurdo, um autêntico manifesto ecológico. Ora leiam:
Um justiceiro nas ruas de NY dará sempre jeito, apesar de não ser bonito de se ver, muito menos de se sentir essa necessidade. É sempre condenável o acto de assassinar, mas quantos de nós não o fariam numa situação de "ou mata ou morre" ou, como neste caso, noutra situação em que é morto brutal e propositadamente alguém próximo de nós? Eu faria-o. E, num mundo "perfeito", faria-o no segundo anterior ao acto que o provocaria (alguém percebeu alguma coisa?? Ao estilo de Minority Report, por antecipação).
Foster, numa entrevista de promoção ao filme dizia que "ninguém deve deter o poder da vida ou da morte" representado pela possibilidade de, na América, todo o santo cidadão deter uma arma de fogo. Por isso, foi com surpresa que me deparei com o final do filme. Esperava uma coisa, e obtive o oposto. Foster defende uma convicção, o filme apresenta a oposta.
Como prémio, o filme tem uma grande frase: "Há muitas maneiras de morrer mas só uma de viver. Descobri-la é o que é difícil."
Atenção às cenas mais fortes fisicamente. A da chegada ao hospital foi a que mais me impressionou tanto pelo grafismo como pela beleza. Bom filme but not one of my favourites.