«(...) A compactação é apenas uma peça num mosaico de problemas inter-relacionados que atormentam o solo em todo o planeta. No mundo em desenvolvimento, estão a perder-se quantidades cada vez maiores de solo arável devido à erosão e à desertificação induzidas pela actividade humana, o que afecta directamente a vida de 250 milhões de pessoas.»
Em 1991, um estudo do Centro Internacional de Referência e Informação Sobre o Solo (ISRIC), na Holanda, estimou que «a humanidade já degradou quase 20 milhões de quilómetros quadrados de terra. por outras palavras, a nossa espécie está rapidamente a arruinar uma área equivalente à dos Estados Unidos e Canadá.»
«(...) Em 2030, 8,300 milhões de pessoas caminharão sobre a superfície da Terra, segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas para a Agricultra e a Alimentação (FAO). Para alimentá-las, os agricultores terão de gerar uma produção de cereais quase 30% superior à actual. "Pensando a longo prazo, estamos a ficar sem terra", diz David R. Montgomery, geólogo da Universidade de Washington em Seattle.
O tema não tem merecido alertas jornalísticos porque o jornalismo vive das notícias interessantes e, infelizmente, a degradação do solo é a essência do desinteresse. Apesar disso, as probabilidades de ocorrência do cenário acima descrito dificilmente poderiam ser maiores, diz o investigador Rattan Lal.
Investigadores e agricultores de todo o mundo estão a descobrir que até os solos extremamente degradados podem ser recuperados. A sua recompensa, segundo Rattan Lal, é a oportunidade de combater a fome e de atacar problemas como a escasez de água e até o aquecimento global. Com efeito, alguns cientistas acreditam na possibilidade de um abrandamento significativo do aquecimento global se grandes quantidades de carbono forem utilizadas na recuperação dos solos pobres. "A estabilidade política, a qualidade ambiental, a fome e a pobreza têm a mesma origem", diz Rattan. "A longo prazo, a solução para cada um destes problemas consiste em recuperar o mais elementar dos recursos: o solo."
(...) A República Popular da China (...) deu início a planos para tratar a desflorestação. (...) Pequim lançou também aquele que ainda hoje é talvez o maior programa ecológico do mundo, o projecto Três Nortes: uma faixa de árvores com 4.500 quilómetros que atravessa o Norte, o Nordeste e o Noroeste da China como um grande biombo (...). Com conclusão agendada para 2050, esta Verde Muralha da China abrandará teoricamente os ventos que provocam a desertificação e as tempestades de poeira.»
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2 comments:
Adoro que sejas das poucas pessoas presentes na minha vida, neste momento, que compreende a minha urgência ecológica... O quanto isto dói.
Obrigada. :)
MJNuts
:) I´m flattered :)
Obrigada eu.
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